sábado, 9 de fevereiro de 2008

A Cóclea

[Fig.1] Cóclea

A cóclea (estrutura fulcral do ouvido interno) está dividida em dois canais diferentes: um ao centro, o canal coclear, onde corre a endolinfa e outro, constituído pelas rampas vestibular (situada por cima) e a rampa timpânica (situada por baixo), onde circula a perilinfa. Estas duas últimas duas rampas cruzam-se na ponta da cóclea, local denominado de helicotrema.
A perilinfa percorre a cóclea no sentido da janela oval para o helicotrema, através da rampa vestibular e regressa, pela rampa timpânica, no sentido do helicotrema para a janela redonda, onde vai ser amortecida.
Já a endolinfa permanece no canal coclear, envolvendo o órgão de Corti a partir do qual vão ser enviadas as mensagens nervosas para o cérebro, nas células ciliares.

Fisiologia do Ouvido


[Fig.1] Percepção do som.

O som difunde-se através de uma vibração pelo ar. Esta vibração é captada pelo ouvido externo (pavilhão auditivo e canal externo do ouvido).

[Fig.2] Chegada do som ao tímpano.

Esta vibração atinge a membrana do tímpano que funciona como se fosse uma membrana de um tambor super sensível. Estas vibrações fazem a membrana timpânica vibrar.


[Fig.3] Ossículos do ouvido médio.

Na membrana do tímpano encontra-se fixado um pequeno osso chamado martelo. O martelo está articulado num outro osso chamado bigorna que pôr sua vez articula-se no estribo. Este conjunto de pequenos ossos se movimenta com a vibração da membrana do tímpano e amplificam esta vibração como um sistema de "roldanas" transmitindo-a a uma pequena membrana que se encontra encostada no estribo e está em contacto com o canal da cóclea, a janela oval.




[Fig.4] Percurso do som.

O canal da cóclea está cheio de um líquido e tem a forma em espiral como a de um caracol. Com a vibração da cadeia de ossinhos que consequentemente faz vibrar a membrana da cóclea (membrana basal), este líquido (perilinfa) movimenta-se dentro da espiral coclear, transmitindo as vibrações para um canal de pouca espessura que passa no centro da cóclea, rodeado pela membrana basilar, o canal coclear.




[Fig.5] Localização do nervo auditivo.

Esta movimentação gera uma pequena energia eléctrica, que se forma dentro do canal coclear, mais especificamente no órgão de Corti, e é transmitida ao cérebro pelo nervo auditivo, onde será descodificada a mensagem e, assim, onde será gerada a compreensão dos sons.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Ouvido Interno

[Fig.1] Ouvido interno




- Canais semicirculares: ajudam a manter o equilíbrio e auxiliam a visão, já que as rotações da cabeça precisam ser compensadas para que possamos ter uma visão clara sem desfocar a imagem. É através deles que se pode saber por exemplo quando se está com o corpo inclinado mesmo estando de olhos vendados. Juntos formam o sistema vestibular. Problemas com os canais semicirculares podem resultar em sintomas como a vertigem.


- Cóclea: canal em forma de caracol preenchido por líquidos (perilinfa e endolinfa). Quando as vibrações chegam à cóclea provenientes da orelha interna, são transformadas em ondas de compressão que por sua vez activam o órgão de Corti, responsável pela transformação das ondas de compressão em impulsos nervosos que serão enviados ao cérebro para serem interpretados.


- Janela redonda: membrana que funciona como amortecedor do movimento perilinfa (um dos líquidos circulantes da cóclea), de maneira a que não haja desequilíbrios causados pela pressão do fluido nas paredes do ouvido interno.


- Nervo auditivo: transporta a informação do som produzido, desde o processamento na cóclea, onde as vibrações são codificadas em mensagens nervosas, até ao cérebro.

Ouvido Médio

[Fig.1] Ouvido médio

- Martelo, Bigorna e Estribo: estes três ossículos estão situados no ouvido médio no sentido de estabelecerem uma ligação entre o ouvido externo e o interno. São estes que vão conduzir o som desde o tímpano à janela oval. O martelo, fixo no tímpano, vai transmitir as vibrações, provenientes do ouvido externo, à bigorna que está segura pelo estribo que, por sua vez, está em contacto com a janela oval.



[Fig.2] Ossículos do ouvido médio

- Trompa de Eustáquio:
via que liga o ouvido médio à cavidade nasal. É graças a esta ligação que a pressão interna se mantém constante, evitando perturbações tanto na sanidade do ouvido, como na transmissão sonora.

- Janela oval: membrana onde está fixado o estribo, que vai prolongar para o ouvido interno a informação vibratória receptada da cadeia de ossículos.

Ouvido Externo

[Fig.1] Ouvido externo


- Pavilhão auditivo (orelha): estrutura cartilaginosa que capta o som do exterior.


- Canal auditivo: conduz o som até ao tímpano. Como existe a presença de pelos, possui também uma função protectora de sons extremamente fortes, impedindo que o som chegue ao tímpano com a mesma intensidade e que, assim, não provoque a dor, devido à sensibilidade da membrana.


- Tímpano: membrana extremamente fina que funciona como uma barreira entre o ouvido externo e o ouvido médio, este último submetido a uma pressão diferente. É também através dele que o som vai ser transmitido para a cadeia de ossículos do ouvido médio, estando assim ligado ao martelo.


[Fig.2] Tímpano

O Aparelho Auditivo


O ouvido humano tem uma estrutura bastante complexa, pelo não passa por um órgão que apenas capta o som conduzindo-o até ao cérebro. Este não só capta o som, como também o transforma em informação nervosa através de processos físicos e químicos e reúne grandes funções de equilíbrio interno e orientação, nomeadamente na sua zona mais interna.

Assim, o ouvido divide-se em três zonas:


- Ouvido externo: zona onde se assiste à captação do som



[Fig.1] Representação do ouvido externo e sua localização em todo o ouvido.


- Ouvido médio: regulador de pressões internas. Transmite o som através de ossículos para o interior




[Fig.2] Representação do ouvido médio e sua localização em todo o ouvido.

- Ouvido interno: conduz o som, transformando-o depois em informação nervosa, sendo esta depois deslocada até ao cérebro


[Fig.3] Representação do ouvido interno e sua localização em todo o ouvido.

O que é o som?




[Fig.1] Sonograma


O som não passa de uma forma de energia originada por um corpo vibrante. Este é transmitido apenas em meios materiais que têm massa e elasticidade, como os sólidos, líquidos ou gasosos, isto é, não se propaga no vácuo. Todos os sons que ouvimos são transmitidos sob a forma de ondas. Os sons que estamos habituados a ouvir são, na sua maior parte, combinações de outros sons mais puros, que possuem uma velocidade de oscilação ou frequência que se mede em hertz (Hz) e uma amplitude ou energia que se mede em decibéis. Os sons audíveis pelo ouvido humano têm uma frequência entre 20 Hz e 20 kHz. Acima e abaixo desta faixa estão os ultra-sons e infra-sons, respectivamente.




Características de um som


[Fig.2] Representação de onda sonora


Ao ouvirmos dois sons provocados ao acaso, reparamos que estes dois são auditivamente distinguíveis. Podemos referir se um é mais agudo ou mais grave, assim como nos é possível fazer referência à intensidade com que o ouvimos (se mais forte ou mais fraco). Consegue-se ainda distinguir entre os sons, qual deles, por exemplo, para nós, é o mais suave.

Intensidade

Numa situação em que queremos chamar a atenção um colega nosso, chamando-o pelo seu nome, verificamos que se usam diferentes intensidades de voz consoante esse nosso colega estiver longe ou perto de nós. Deste modo, podemos afirmar que, para nós que chamamos pelo nosso colega, nos é mais claramente audível o som que produzimos com mais força, ou seja, o som que tem mais intensidade.
A intensidade de um som é medida em decibéis, e é medida por uma relação estabelecida com a amplitude da onda referente ao mesmo som. Quanto mais forte um som, maior o seu valor de decibéis.

Altura

Ao assistir a uma ópera, verificamos que o som da voz masculina tem um carácter mais grave que a voz feminina. Aqui, estamos na presença da diferença de altura entre dois sons, característica que os distingue de mais agudos ou mais graves. A altura de um som é determinada pela sua frequência, expressa em Hertz. Tal como já foi referido, o ouvido humano apenas possui um âmbito audível entre 20 Hz e 20000 Hz.

Timbre

[Fig.3] Violino

O timbre é a característica do som que nos permite distinguir dois sons de frequência e intensidade iguais. Por exemplo, se ouvirmos um piano a tocar exactamente a mesma nota, à mesma intensidade que toca um violino, conseguimos distinguir os dois sons pelo o carácter percutido do som do piano e pelo carácter friccionado do som do violino.