Acomodação
Consiste na capacidade que o cristalino possui de mudar a sua forma, graças à acção dos músculos ciliares, de acordo com a distância do objecto a focar:
-para objectos próximos, a lente adquire uma maior espessura;
-para objectos distantes, o cristalino torna-se mais delgado.
Esta variação permite que o ponto focal (ponto em que os raios luminosos refractados se encontram) incida exactamente na superfície da retina, de modo a estimular perfeitamente as células fotossensíveis.
Refracção dos raios luminosos pela córnea
Embora o cristalino possua uma função muito importante na focagem, 2/3 da refracção dos raios luminosos são responsáveis pela córnea. Esta refracção deve-se à diferença de densidades entre o ar e o olho, que leva a radiação visível a sofrer variações na velocidade de propagação, sofrendo desvios na direcção (refracção).
Movimentos Musculares
O olho possui seis músculos adjacentes [Fig.1] que, em conjunto com o elevador da pálpebra, executam seis movimentos musculares distintos:
-tremor: oscilação quase imperceptível do olho;
-pestanejar: permite humedecer o olho e focar novas imagens que entram no nosso campo de visão;
-mudança de sentido: deslocação do olhar lenta e contínua, que se efectua quando se segue um objecto em andamento;
-movimento rápido: movimentação rápida e descontínua do globo ocular (por exemplo, quando se lê uma frase e o olhar pára quase imperceptivelmente em cada palavra);
-convergência: movimento que permite compensar o espaço entre os
globos oculares, de modo a não existir nenhuma zona cega à frente do indivíduo;
-sistema vestibulocular: permite fixar o olhar num determinado
objecto, enquanto que a cabeça e o corpo se movimentam. Esta acção é possível
graças ao aparelho vestibular que se encontra no ouvido interno, que informa continuamente o cérebro relativamente à forma como a cabeça e o corpo se deslocam.
[Fig.1] Músculos adjacentes ao olho
Sensibilidade luminosa
Os dois tipos de receptores fotossensíveis - os cones, responsáveis pela visão colorimétrica, e os bastonestes, que permitem a visualização do branco, do preto e dos vários tons de cinzento - não estão homogeneamente distribuídas na retina.
Deste modo, existe uma zona de insensibilidade luminosa, o ponto cego, e outra de sensibilidade máxima, a fóvea.
O ponto cego [Fig.2] corresponde ao local onde o nervo óptico entra no globo ocular, no qual não existe nenhuma célula fotossensível.
[Fig.2] Localização do ponto cego
A fóvea [Fig.3] é originada pelo facto de existir uma pequena depressão, na retina, na qual não existem células ganglionares nem bipolares, sendo os cones e os bastonetes estimulados directamente pelos raios luminosos.
[Fig.3] Representação da fóvea
Também existe heterogeneidade no número de cones em relação à distância à fóvea: quanto maior a distância, menor o número destas células, o que resulta numa quantidade muito diminuta destes receptores nos rebordos da retina.
Bioquímica ocular
Ao nível da retina, as células fotossensíveis vão ser estimuladas pelos fotões que compõem a luz. Estes fotões são convertidos em impulsos electrónicos, através de processos químicos, nos quais a vitamina A [Fig.4] desempenha um papel importante.
Ao nível dos bastonetes, uma forma transformada da vitamina A combina-se com opsina (proteína), originando rodopsina, que se espalha na extremidade destas células. A rodopsina é sensível à luz, decompondo-se quando atingida por um fotão, originando um impulso electrónico que segue para o nervo óptico.
Ao nível dos cones, o processo é semelhante mas, para cada tipo de cone, cada um sensível a cada uma das cores primárias da luz, existe um tipo de opsina diferente.
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