domingo, 27 de janeiro de 2008

Uma questão de cor...

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Patologias cutâneas

Sendo um órgão externo, a pele encontra-se sujeita a inúmeros agentes causadores de diversas patologias. Destas, as mais comuns são:
-acne [Fig.1]: é uma inflamação dos folículos pilosos, devido a uma infecção da bactéria Propionibacterium acnes;

[Fig.1] Acne


-melanoma [Fig.2]: é um tumor que afecta os melanócitos;

[Fig.2] Melanoma


-melasma [Fig.3]: consiste no escurecimento da pele devido a hormonas femininas e ocorre, sobretudo, na gravidez;

[Fig.3] Melasma


-psoríase [Fig.4]: é uma doença auto-imune que se caracteriza pela intensa descamação da pele e pela formação de crostas;


[Fig.4] Psoríase


-queimadura [Fig.5]: consiste na necrose (morte) das células por acção do calor;


[Fig.5] Queimadura


-verruga [Fig.6]: é uma lesão neoplásica (as células multiplicam-se de forma anormal) benigna, provocada pela infecção do agente Papilomavirus.



[Fig.6] Verruga

sábado, 26 de janeiro de 2008

Sensações cutâneas

A pele é constituída por inúmeras estruturas que dotam os indivíduos com a sensação do tacto, da pressão, do calor, do frio e da dor. Estes receptores encontram-se por toda a superfície da pele, em concentrações diferentes, o que leva a uma maior ou menor sensibilidade, dependendo da zona do corpo humano.

Existem dois grandes grupos de receptores, os corpúsculos e as terminações livres.
Os corpúsculos possuem uma cápsula que os envolve, enquanto que as terminações livres não têm qualquer tipo de estrutura envolvente.
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Sensação de tacto e de pressão
As sensações de tacto e de pressão estão muito relacionadas entre si, embora possuam receptores diferentes.
O tacto caracteriza-se pela acção de um corpo sobre a pele, durante um curto período de tempo e com uma pequena intensidade. Os corpúsculos de Meissner [Fig.1] são os receptores específicos do tacto e encontram-se concentrados na polpa dos dedos, nas mamas e nos órgãos genitais.
[Fig.1] Corpúsculo de Meissner
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Quando este estímulo tem uma maior duração e intensidade, denomina-se pressão. Os corpúsculos de Pacini [Fig.2] são os receptores específicos da pressão e encontram-se principalmente na palma das mãos e na planta dos pés.
[Fig.2] Corpúsculo de Pacini
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Sensação térmica
A sensação térmica dota um indivíduo com a capacidade de sentir calor ou frio.
Os receptores específicos do frio, que existem em maior quantidade, denominam-se corpúsculos de Krause [Fig.3].
[Fig.3] Corpúsculo de Krause
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Por sua vez, os corpúsculos de Ruffini são os receptores específicos do calor e existem em menor número [Fig.4].
[Fig.4] Corpúsculo de Ruffini
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À semelhança das sensações de tacto e de pressão, a captação térmica também não está uniformemente distribuída, sendo os lábios, as costas das mãos e os órgãos genitais as zonas mais sensíveis ao calor.
Curiosamente, o mesmo estímulo pode provocar sensações de frio ou de calor, dependendo da zona estimulada.
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Sensação dolorosa
A dor é a única sensação que necessariamente origina uma resposta, física ou emocional, por parte do organismo. É considerada uma sensação negativa, uma vez que lhe é associada um sinal de aviso ou de ameaça.
As estruturas responsáveis pela sensação dolorosa denominam-se terminações nervosas livres e situam-se, sobretudo, na epiderme.
A distribuição da sensibilidade dolorosa é claramente diferenciada das restantes sensações, uma vez que, por exemplo, a córnea é insensível ao tacto mas extremamente sensível à dor.

A pele

A pele é o órgão mais extenso do corpo humano e possui uma extrema importância na manutenção da vida dos indivíduos.
É uma estrutura forte, flexível e possui a capacidade de se auto-regenerar, produzindo 1250 novas células por dia, por cada centímetro de área. Em média, no adulto, o peso da pele é o dobro do peso do cérebro.

Ultra-estrutura da pele


Anatomia [Fig.1]
A pele apresenta duas camadas principais: a epiderme e a derme.

[Fig.1] Anatomia da pele:
A – camada córnea
B – corpo mucoso
C – camada papilar
D – panículo adiposo


Epiderme
Caracteriza-se pela existência de várias camadas de células, das quais se distinguem dois estratos: um superficial, que se denomina camada córnea, e outro mais profundo, designada por corpo mucoso.
A camada córnea é constituída por um conjunto de células que possuem queratina (uma proteína) que, mesmo quando mortas, a presença desta substância permite a impermeabilidade a microrganismos. Neste estrato, as células vão morrendo a uma velocidade considerável, caindo em camadas, uma vez que estão expostas aos agentes externos.
O corpo mucoso é constituído por um conjunto de células que se divide continuadamente, de modo a repor as células mortas na camada mais externa.


Derme
Caracteriza-se pela existência de um número reduzido de células , nas quais se distinguem também duas camadas: a papilar e o panículo adiposo.
A camada papilar é a zona mais externa da derme e possui inúmeras saliências.
O panículo adiposo é uma camada mais interna que, nas pessoas gordas, se encontra mais desenvolvida, e possui células pigmentares responsáveis pela cor da pele dos indivíduos, os melanócitos.



No geral, a pele possui dois tipos de elevações:
-arrepio: ocorre quando o indivíduo é sujeito ao frio ou a alguma emoção;
-impressão digital: conjunto de curvas concêntricas, visíveis na ponta dos dedos, distintas em cada indivíduo.


Fisiologia
Esta estrutura possui inúmeras funções como:
-Protecção física: a pele produz queratina, uma substância que permite proteger o corpo contra a invasão de agentes infecciosos. Este órgão também produz melanina, um pigmento produzido pelos melanócitos, que protege o corpo da radiação solar;
-Protecção contra desidratação [Fig.2]: a estrutura da pele impede a libertação de água, evitando o choque hipovolémico, situação na qual o sangue possui pouco volume devido à perda de água e que pode levar à morte;


[Fig.2] A hidratação é importante para a manutenção da vida dos organismos


-Regulação da temperatura corporal: a vasodilatação e a vasoconstrição permitem regular o calor perdido, em diferentes situações de temperatura. Também os folículos pilosos, estruturas que envolvem o pêlo, conseguem efectuar erecção, permitindo o aprisionamento do ar, retardando as trocas de calor. A pele também possui glândulas sudoríparas que segregam um líquido, o suor, que permite a diminuição da temperatura do corpo. Por último, a presença de tecido adiposo, vulgo gordura, permite o isolamento térmico do corpo, uma vez que a gordura é uma má condutora de calor;
-Órgão imunitário: a pele possui um elevado número de vários tipos de leucócitos, células responsáveis pelo combate de microrganismos;
-Função metabólica: quando sujeita a radiação solar, a pele produz vitamina D [Fig.3], essencial para processos que envolvem cálcio, permitindo uma formação e manutenção saudável dos ossos;
-Órgão sensitivo: a pele possui inúmeras características que permitem a percepção dos diferentes estímulos a que o ser humano está sujeito.



[Fig.3] Fórmula de estrutura da vitamina D

Quando não queremos ser vistos pelo mundo...

"Iris"


Goo Goo Dolls
Composição: Johnny Rzeznik



And I'd give up forever to touch you
'Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now
And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
And sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight
a
And I don't want the world to see me
'Cause I don't think they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am
a
And you can't fight the tears that ain't coming
Or the moment of truth in your lies
When everything feels like the movies
Yeah you bleed just to know you're alive
a
And I don't want the world to see me
'Cause I don't think they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am
And I don't want the world to see me
'Cause I don't think they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am
And I don't want the world to see me
'Cause I don't think they'd understand
When everything's made to be broken
a
I just want you to know who I am
I just want you to know who I am
I just want you to know who I am
I just want you to know who I am

Iridologia

A Iridologia é a pseudociência que diagnostica possíveis disfunções de um organismo, através da observação da íris.

De acordo com os iridologistas, a íris exterioriza a constituição corporal, o nível de saúde e as mudanças que possam ter ocorrido no corpo.
Assim, através da sua observação, se a cor respeitar os parâmetros normais, o indivíduo encontra-se saudável. Contudo, caso se verifique alguma anomalia nalguma parte da íris, o organismo possui alguma debilidade. A localização dessa disfunção depende do local da íris que se encontra afectado, de acordo com a seguinte carta iridológica:

Carta iridológica


O Dr. Bernard Jensen [Fig.1] é considerado o iridologista mais importante a nível mundial, uma vez que, durante 50 anos, desenvolveu um intenso trabalho na área da Iridologia que lhe permitiu criar a carta iridológica, que serve de padrão para todos os iridologistas actuais.
[Fig.1] Bernard Jensen

O estrabismo

O que é?
Consiste na perda do paralelismo dos olhos, não sendo possível focar, com os dois globos oculares, um objecto.
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Tipos de estrabismo:
-convergente [Fig.1]: um dos olhos está desviado para dentro;
[Fig.1] Estrabismo convergente
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-divergente [Fig.2]: um dos olhos está desviado para fora;
[Fig.2] Estrabismo divergente
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-vertical [Fig.3]: um dos olhos está mais alto ou mais baixo que outro.

[Fig.3] Estrabismo vertical

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Causas
Este fenómeno ocorre sobretudo quando os olhos possuem acentuadas diferenças no desenvolvimento de miopia ou hipermetropia.

No entanto, existem outros factores como problemas no sistema nervoso central ou um desigual desenvolvimento dos músculos adjacentes dos olhos.

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O estrabismo é uma patologia curável através do uso de óculos ou recorrendo a uma cirurgia (método utilizado quando o uso de óculos não é suficiente).

O daltonismo

As três cores primárias



O daltonismo [Fig.1] é provocado por uma deficiência nos cones existentes na retina, levando a uma insensibilidade do indivíduo perante a radiação luminosa, ou seja, o indivíduo não é capaz de ver a cores. Esta doença surge devido a uma mutação génica e não possui cura. No entanto, a cegueira total da cores é rara, sendo mais frequente a cegueira para uma cor.


[Fig.1] Exemplo de teste que determina a existência de daltonismo para o verde
olho normal - 74
olho com daltonismo para o verde - 21

A dicromatósia (a cegueira para uma das três cores primárias) ocorre devido à disfunção de um dos tipos de cones. Como a visualização de uma cor leva à inibição da visualização da cor oposta, a cegueira para uma cor, o vermelho, por exemplo, leva à visualização exacerbada da oposta, o ciano.


A tricromatósia anómala é um estado de daltonismo em que existem anomalias na proporção dos vários tipos de cones, o que leva a uma visualização incorrecta das cores (por exemplo, o vermelho vivo é visualizado como cor de laranja e o azul assemelha-se a violeta, consoante o defeito em questão).

Síndrome da Visão de Computador (SVC)

O que é?
Consiste no cansaço visual, fruto do uso prolongado do computador.
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Quais as causas?
-Os monitores são compostos por inúmeros pixels (minúsculos pontos) que o olho não se encontra fisiologicamente preparado para focar e refocar, levando os músculos ciliares a sofrer uma grande e prolongada tensão;
-Uma vez à frente de um monitor, é usual a diminuição da frequência do piscar de olhos. Assim, eles tendem a ficar secos e doridos, provocando uma diminuição na capacidade de focagem, podendo ser acompanhada por dores de cabeça, dores cervicais e lombares e espasmos musculares, consequentes da postura adoptada durante a utilização do computador.
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Efeito de McCollough
Este efeito baseia-se na visualização das cores opostas às que se encontram no monitor e resulta da prolongada utilização do computador. É um sintoma desta síndrome.
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Prevenção
-o topo do monitor deve situar-se à altura dos olhos;
-o monitor deve ser posicionado cerca de 50 a 60 centímetros de distância dos olhos;
-o compartimento no qual se encontra o computador deve estar bem iluminado;
-os reflexos da tela devem ser minimizados, alterando, por exemplo, a posição do monitor ou das luzes;
-o ofuscamento deve ser evitado, não incidindo iluminação directa sobre os olhos;
-caso necessites de recorrer a documentos escritos enquanto trabalhas no computador, estes devem encontrar-se o mais próximo possível da tela, de modo a evitar contínuos movimentos da cabeça e dos olhos;
-a tela do computador deve conter um filtro anti-reflexo;
-a tela do computador deve ser limpa frequentemente, de modo a melhorar a visibilidade, evitando o esforço constante dos olhos;
-caso utilizes o computador durante longos períodos de tempo, é necessário efectuar descansos periódicos;
-deves consultar um oftalmologista, de modo a averiguar a necessidade ou não da utilização de óculos.
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O grupo de risco é constituído por todos aqueles que passam, no mínimo, duas horas diárias, à frente de um monitor.

O glaucoma

O glaucoma [Fig.1 e Fig.2] ocorre devido a um aumento da pressão intra-ocular, provocado pelo aumento da quantidade de humor aquoso. Em casos mais graves, pode provocar lesões no nervo óptico.

[Fig.1] Glaucoma num olho de cão

[Fig.2] Glaucoma num olho de cão

O único sintoma desta doença é a perda progressiva da visão [Fig.3].

Visão normal

[Fig.3] Visão com glaucoma


A detecção desta patologia consiste na medição da pressão intra-ocular, através da utilização de um tonômetro, após a aplicação de uma gota de colírio (substância oftalmológica) no olho.
Apesar de existir cirurgia, normalmente o glaucoma é tratado através de medicamentos, sobretudo colírios, que diminuem a produção de humor aquoso, prevenindo a evolução do glaucoma.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A catarata


Olho normal e olho com catarata



A catarata é uma das patologias mais frequentes que afecta o globo ocular e consiste na perda da transparência do cristalino.



Olho normal



Olho com catarata



Visão normal




Visão com catarata


Pode ser:
-unilateral: afectar apenas um olho;
-bilateral: afectar os dois olhos;
-parcial: a catarata encontra-se pouco desenvolvimenta;
-total: a catarata encontra-se num elevado estado de desenvolvimento;

Existem vários tipos de catarata, dependendo da sua origem:
-senil: variante mais comum e deve-se ao envelhecimento, sobretudo depois dos 60 anos;
-congénita: ocorre quando a criança já nasce ou adquire muito precocemente a catarata. Este fenómeno ocorre devido a determinadas doenças, como, por exemplo, a rubéola e a toxoplasmose (doenças infecciosas), que a mãe, durante a gravidez, teve;
-traumática: surge após acidentes com o olho e é normalmente unilateral;
-diabética: está associada à diabetes, surge mais precocemente e a perda visual é mais rápida do que a senil;
-secundária a medicamentos: ocorre devido a efeitos secundários de medicamentos, sobretudo de corticóides e esteróides, quando consumidos durante longos períodos de tempo.


O único tratamento da catarata consiste em recorrer a uma simples cirurgia, que possui um elevado grau de sucesso e de satisfação.
Na cirurgia substitui-se a catarata por uma lente intra-ocular [Fig.1]. Esta lente possui duas alças flexíveis que permitem o seu posicionamento e fixação, no centro do eixo visual. Como é colocada atrás da íris, ela não é visível a olho nu, sendo apenas detectada num exame oftalmológico.

[Fig.1] Lente intra-ocular



Cirurgia



Passo 1
É feito um orifício no limbo, extremidade da córnea, de modo a ser possível o acesso à câmara anterior.
Passo 2
Coloca-se um cistítimo pelo orifício, de modo a abrir toda a cápsula anterior do cristalino.

Passo 3
Após a abertura da cápsula anterior, conclui-se a incisão efectuada no limbo.

Passo 4
Graças à abertura da cápsula anterior do cristalino e da incisão no limbo, retira-se a catarata (é possível observar o reflexo do fundo do olho).

Passo 5
Com uma cânula de dupla via, na qual uma injecta uma solução e a outra aspira em simultâneo, efectua-se a aspiração dos restos de cristalino, mantendo a forma dos olhos e protegendo a córnea.

Passo 6
Coloca-se uma lente intra-ocular atrás da íris, local onde a catarata se encontrava.
Passo 7
Ajusta-se as alças da lente intra-ocular.

Passo 8
Fecha-se o olho com pontos.

PS: Se quiseres ver vídeos reais relativos a esta cirurgia, consulta: http://www.veterinariasantoagostinho.com.br/oftalmologica.html

Erros de refracção

A existência de defeitos no olho humano, sobretudo, na córnea (responsável pela refracção de 2/3 dos raios luminosos), leva a uma visão imperfeita e defeituosa. Estes defeitos resultam de lesões, da idade ou, simplesmente, do próprio organismo (causa mais frequente), que levam à refracção defeituosa dos raios luminosos.

Para compensar estes defeitos, o Homem criou diversos tipos de lentes, específicas para cada tipo de imperfeição. A acção das lentes mede-se consoante o seu poder de refracção, sendo a unidade de medida a dioptria.


Refracção num olho normal




Miopia
Um olho míope foca os raios luminosos antes de atingirem a retina. Este fenómeno ocorre devido ao facto de a córnea ser exageradamente curva, que leva à convergência acentuada dos raios luminosos. Deste modo, o ponto focal forma-se antes de atingir a retina, o que leva à formação de uma imagem desfocada dos objectos que se encontram a uma certa distância [Fig.1].
[Fig.1] Refracção num olho míope


Esta imperfeição é compensada através do uso de lentes côncavas, que permitem divergir ligeiramente os raios luminosos antes de chegarem à córnea, possibilitando a formação do ponto focal na retina [Fig.2].

[Fig.2] Acção das lentes côncavas





Hipermetropia

Este defeito é o oposto da miopia. Na hipermetropia, a córnea não permite a convergência necessária para que o ponto focal se situe na retina [Fig.3]. Deste modo, esta imperfeição resulta numa visão defeituosa dos objectos que se encontram próximos do olho.
[Fig.3] Refracção num olho com hipermetropia


Este defeito é compensado através da utilização de lentes convexas que permitem a convergência dos raios luminosos antes de chegarem ao olho, permitindo a criação do ponto focal na retina [Fig.4].

[Fig.4] Acção das lentes convexas





Astigmatismo

O astigmatismo é a situação na qual a córnea possui uma superfície irregular, ao invés da forma esférica angular, que leva a uma refracção desigual dos raios luminosos, não originando nenhum ponto focal [Fig.5].
[Fig.5] Refracção num olho com astigmatismo
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Esta imperfeição compensa-se através do uso de lentes cilíndricas, que permitem a convergência de apenas alguns raios luminosos, permitindo a criação de um ponto focal na retina do olho [Fig.6].
[Fig.6] Acção das lentes cilíndricas
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Presbiopia
Esta imperfeição do olho deve-se à perda gradual da capacidade de acomodação, ou seja, de focar objectos através da mudança da forma do cristalino, fruto do avanço da idade [Fig.7].
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[Fig.7] Visão normal e com presbiopia

Este erro de refracção é compensado através do uso de lentes bifocais, ou seja, a parte superior da lente é côncava, permitindo assim uma melhor visão à distância, e a inferior é convexa, possibilitando uma visão eficaz dos objectos próximos [Fig.8].

[Fig.8] Acção das lentes bifocais

Percepção Visual (vídeo)

Movimento estroboscópico
Percepção de movimento quando nada se move
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Persistência Retiniana
Fenómeno provocado pela persistência de uma imagem na retina do olho humano. Deste modo, quando se projecta 16 ou mais imagens por segundo, elas associam-se na retina sem interrupção.
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Fisiologia ocular (parte 2)

Captação de imagens
A captação de imagens dá-se ao nível da retina. Quando a luz atravessa o globo ocular, ela passa pelas células ganglionares e bipolares, estimulando os cones e os bastonetes.
Cada célula ganglionar encontra-se associada a uma célula bipolar. Contudo, a cada célula bipolar ou se encontra associado um grupo de cinco bastonetes ou apenas um cone.
Esta diferença ocorre uma vez que cada célula bipolar necessita, para ser estimulada, de cinco impulsos nervosos por parte dos bastonetes ou de apenas um impulso por parte de um cone.
Desta forma, em condições de fraca luminosidade, as imagens demoram ligeiramente mais tempo a serem processadas, uma vez que é necessário um maior número de impulsos por parte dos bastonetes para enviar a informação ao cérebro.

Após o influxo alcançar as células ganglionares, este segue pelo nervo óptico. Os dois nervos ópticos cruzam-se no cérebro, num ponto designado quiasma óptico, no qual as fibras nervosas (que constituem os nervos) se dividem [Fig.1]. Esta divisão permite que os impulsos nervosos provenientes do campo visual direito sigam para o hemisfério esquerdo e vice-versa, até alcançarem o córtex visual correspondente, no qual as imagens são processadas.
Embora as imagens dos dois campos de visão sejam criadas separadamente, o cérebro integra-as como um tudo. O cruzamento entre os nervos ópticos possui um papel importante na visão tridimensional.

[Fig.1] Localização do quiasma óptico e

percurso dos impulsos nervosos das células fotossensíveis

Córtex visual

O córtex visual é uma zona do cérebro que se encontra no lobo occipital (corresponde à parte anterior da cabeça) e possui duas divisões, a direita e a esquerda. Cada uma delas encontra-se dividida em outras duas zonas que, em conjunto com a correspondente lateral, formam o córtex visual primário e o córtex visual secundário [Fig.2].

O impulso nervoso chega primeiro ao córtex visual primário, no qual se processa a identificação da disposição espacial dos objectos, da forma e da intensidade luminosa. De seguida, o influxo é encaminhado para o córtex visual secundário, responsável por acções mais especializadas, como a identificação do relevo dos objectos. Por vezes, o impulso nervoso segue para os lobos temporais do cérebro (corrensponde às partes laterais da cabeça), realizando-se processos de reconhecimento e memória visual.

Todos estes processos executam-se a uma velocidade quase instantânea, permitindo uma visão dos acontecimentos em tempo quase real.

[Fig.2] Localização do córtex visual primário, secundário e do lobo temporal direito


Visão tridimensional

A visão a três dimensões é, sobretudo, fruto de três factores já anteriormente referidos: a convergência dos olhos, a visão binocular e a existência do quiasma óptico.
Contudo, os objectos apenas adquirem a sua forma durante o processamento das imagens, no cérebro, fenómeno determinado por alguns princípios.
Um dos princípios mais importantes é o da sobreposição [Fig.3], isto é, se um objecto sobrepõe ou tapa outro, é sinal que o objecto em questão se encontra mais próximo que o outro.

[Fig.3] Princípio da sobreposição

Outra avaliação da distância dos objectos é efectuada através da recurvatura do olho. Quanto maior for o grau de curvatura, o cérebro interpreta como sinal de maior proximidade. Contudo, este fenómeno apenas se aplica a objectos a menos de 6 metros, uma vez que, a distâncias maiores, o olho não sofre praticamente qualquer alteração.
Em objectos em deslocamento, aplica-se o princípio da paralaxe do movimento: se, dentro do nosso campo de visão, um objecto se move mais rapidamente que outro, é sinal que este se encontra mais próximo, daí a sua maior velocidade.

Estes e outros princípios permitem à maioria dos seres vivos possuir uma visão tridimensional, que permite percepcionar o mundo de uma forma mais concreta.